quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O pensador José Manuel Moran é especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância. Escreveu diversos livros sobre o assunto, matém um site na internet, além de um blog.

Quando Moran fala de inovação, ele pensa em metodologias, pensa na formação dos profissionais, pensa na clientela (estudantes) e, principalmente nas tecnologias (computadores, notebooks, celulares, blogs, flogs, ipodes) como recursos a serem utilizados nas atividades do ensino.

O meu comentário se restringe às propostas feitas pelo próprio Moran na questão por ele elaborada: Como utilizar as tecnologias na escola?

Ao ler os comentários, as recomendações, a relação dos recursos existentes na comunicação eletrônica aplicáveis e utilizáveis no ensino, a preocupação com o despreparo dos profissionais da educação com as novas tecnologias, etc ficam algumas evidências: 1º) Sabendo que os professores não dominam os dispositivos e os recursos computacionais, o que fazer para superar satisfatoriamente esta grande dificuldade? 2º) Como professor de matemática, percebo que esta disciplina está quase que “fora” dos recursos e benefícios da internet. O que o professor Moran apresenta e propõe não se aplica ou não levou em conta as especificidades dessa disciplina, principalmente em se tratando de ensino anterior ao universitário.

No entanto, é possível incluir o computador no ensino da matemática básica. As propostas existentes são poucas, salvo desconhecimento meu. Neste mesmo Blog você pode encontrar comentários maiores sobre esta questão.

Para os professores, os artigos do professor Moran são de alerta: o que existe e o que está por vir que deveria ser do conhecimento e do uso dos professores?

(seguem alguns recortes dos estudos do professor J.Manuel Moran)


Como utilizar as tecnologias na escola

http://www.eca.usp.br/prof/moran/utilizar.htm#_ftn5


O educador precisa aprender a equilibrar processos de organização Uma das dimensões fundamentais do ato de educar é ajudar a encontrar uma lógica dentro do caos de informaçõesCompreender é organizar, sistematizar, comparar, avaliar, contextualizar.Precisamos saber escolher aquilo que melhor atende ao aluno e o traz para uma contemporaneidade. É importante equilibrar organização e inovação; sistematização e superação.


Tecnologias para ajudar na pesquisa

A matéria prima da aprendizagem é a informação organizada, significativa: a informação transformada em conhecimento. As tecnologias nos ajudam a encontrar o que está consolidado e a organizar o que está confuso, caótico, disperso. Muitos se satisfazem com os primeiros resultados de uma pesquisa. Pensam que basta ler para compreender. Cada vez temos mais informação e não necessariamente mais conhecimento. Quanto mais fácil é achar o que queremos, mais tendemos a acomodar-nos na preguiça dos primeiros resultados, na leitura superficial de alguns tópicos, na dispersão das muitas janelas que abrimos simultaneamente.

Por isso é tão importante dominar ferramentas de busca da informação e saber interpretar o que se escolhe, adaptá-lo ao contexto pessoal e regional e situar cada informação dentro do universo de referências pessoais. Os professores podem ajudar os alunos incentivando-os a saber perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes.

A variedade de informações sobre qualquer assunto, num primeiro momento, fascina, mas, ao mesmo tempo, traz inúmeros novos problemas: O que pesquisar? O que vale a pena acessar? Como avaliar o que tem valor e o que deve ser descartado?. Essa facilidade costuma favorecer a preguiça do aluno, a busca do resultado pronto, fácil, imediato, chegando até à apropriação do texto do outro. Além da facilidade de “copiar e colar”, o aluno costuma ler só algumas frases mais importantes e algumas palavras selecionadas, dificilmente lê um texto completo.

É importante que alunos e professores levantem as principais questões relacionadas com a pesquisa: Qual é o objetivo da pesquisa e o nível de profundidade da pesquisa desejado? Quais são as “fontes confiáveis” para obter as informações? Como apresentar as informações pesquisadas e indicar as fontes de pesquisa nas referências bibliográficas? Como avaliar se a pesquisa foi realmente feita ou apenas copiada?Nilsen e Morkes propõem algumas características que uma página da WEB precisa apresentar para ser efetivamente lida e pesquisada: palavras-chave realçadas (links de hipertexto, tipo de fonte e cor funcionam como realce);

- sub-títulos pertinentes (e não "engraçadinhos");

- listas indexadas;

- uma informação por parágrafo (os usuários provavelmente pularão informações adicionais, caso não sejam atraídos pelas palavras iniciais de um parágrafo);

- estilo de pirâmide invertida, que principia pela conclusão;

Metade do número de palavras (ou menos) do que um texto convencional. A credibilidade é importante para os usuários da WEB, porque nem sempre se sabe quem está por trás das informações nem se a página pode ser digna de confiança. Pode-se aumentar a credibilidade através de gráficos de alta qualidade, de um texto correto e de links de hipertexto apropriados. É importante colocar links que conduzam a outros sites, que comprovem que há pesquisa por trás e que dêem sustentação para que os leitores possam checar as informações dadas.

Tecnologias para comunicação e publicação

Os alunos gostam de se comunicar pela Internet. As páginas de grupos na Internet permitem o envio de correio eletrônico e seu registro numa página WEB. Tem ferramentas de discussão on line (chat) e off-line (fórum). O chat ou outras formas de comunicação on-line são ferramentas muito apreciadas pelos alunos e bastante desvalorizadas pelos professores. Alega-se a dispersão (em geral, real)A escola, com as redes eletrônicas, abre-se para o mundoA escola sai do seu casulo, do seu mundinhoRecursos como o portfólio, em que os alunos organizam o que produzem e o colocam à disposição para consultas, é cada vez mais utilizado. Os blogs, fotologs e videologs são recursos muito interativos de publicação, com possibilidade de fácil atualização e de participação de terceiros. São páginas na Internet, fáceis de se desenvolver, e que permitem a participação de outras pessoas.



Os blogs, flogs (fotologs ou videologs) são utilizados mais pelos alunos do que pelos professores, principalmente como espaço de divulgação pessoal, de mostrar a identidade, onde se misturam narcisismo e exibicionismo. Blogs permitem a atualização constante da informação, pelo professor e pelos alunos, favorecem a construção de projetos e pesquisas individuais e em grupo, e a divulgação de trabalhos. Com a crescente utilização de imagens, sons e vídeos, os flogs têm tudo para explodir na educação e se integrarem com outras ferramentas tecnológicas de gestão pedagógicaOutro recurso popular na educação é a criação de arquivos digitais sonoros, programas de rádio na Internet ou PodCasts. (Através de um arquivo RSS os autores desses programas de rádio caseiros disponibilizam aos seus "ouvintes" possibilidade de ouvir ou baixar os novos "programas", utilizando softwares como o Ipodder é possível baixar os novos programas automaticamente, até mesmo sem precisar acessar o site do autor, podendo gravá-los depois em aparelhos de mp3, CDs ou DVDs e ouvir quando quiser).

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